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Em um tempo em que a Terra clama por consciência, cura e reconexão, a presença do líder indígena Wiyahu Yawanawá no Jardim Botânico da UFJF, no último 20 de julho, foi mais do que um evento: foi um chamado espiritual.
Um convite para ouvir, com o coração atento, as vozes ancestrais que há milênios guardam os segredos da natureza e da alma.
Wiyahu, cujo nome em português é Felipe Luiz, é mais que um representante de seu povo – ele é um guardião da floresta viva, um elo entre mundos, entre dimensões. Nascido entre os Yawanawá, no coração do Acre, carrega a força de um povo que resistiu, curou e floresceu com o poder das plantas sagradas e da sabedoria oral.
Uma Roda de Conversa ou um Portal?
A roda de conversa “Raízes que Curam: Sabedoria Ancestral e Plantas Medicinais” reuniu almas buscadoras para ouvir os ensinamentos de Wiyahu, embalados por cantos tradicionais, histórias de cura, reflexões sobre o tempo da Terra e, acima de tudo, a medicina invisível da presença.
Ali, em meio ao verde sagrado do Jardim Botânico, não se falava apenas de plantas.
Se falava de vida.
De memória.
De resistência.
De espiritualidade enraizada.
De um tempo circular que nos ensina a morrer e renascer em harmonia com os ciclos da natureza.
As Medicinas da Floresta: Uma Herança Viva
Wiyahu é feitor de medicinas sagradas:
Uni (ayahuasca), que expande a visão e reconecta com o espírito;
Rume (rapé), que silencia a mente e enraíza o corpo;
Sananga, que purifica a visão e alinha o olhar com o coração.
Essas medicinas não são apenas substâncias — são espíritos guardiões, pontes entre o humano e o divino, entre o visível e o invisível.
Como nos ensina Wiyahu, “a troca de saberes nos fortalece como povo”. E essa troca, quando feita com respeito, ética e intenção verdadeira, cura feridas profundas — não só do indivíduo, mas da humanidade.
A Força do Coração da Floresta
A fala de Wiyahu é um sopro de vida ancestral em meio ao caos contemporâneo.
Com simplicidade e força, ele nos lembra que o verdadeiro conhecimento não está apenas nos livros, mas no corpo, na terra e na escuta silenciosa dos anciãos.
Como destaca o indigenista Ronan Siqueira:
“Wiyahu é a conexão vital entre os anciãos, detentores de uma sabedoria ancestral inestimável, e a nova geração Yawanawá.”
E é justamente essa ponte viva que ele vem construindo por onde passa — em universidades, comunidades, templos e corações.
A Cura É Coletiva
Este encontro no Jardim Botânico não foi isolado. Ele faz parte de um movimento maior: o retorno da escuta ao espírito da floresta, que não está distante — mas pulsa em cada um de nós.
No Templo Sagrado Namastê, reconhecemos com reverência essa medicina ancestral.
O trabalho de líderes como Wiyahu Yawanawá ecoa em nossas práticas, rituais e cerimônias.
Porque honrar a floresta é honrar a vida.
É entender que não há cura sem ancestralidade.
Não há futuro sem raízes.
Que essa sabedoria continue florescendo.
Que mais rodas se formem.
Que mais corações se abram.
Que mais vozes indígenas ecoem.
E que cada passo dado seja um gesto de reconexão com o Todo.
O futuro é ancestral.
E ele já começou.
Namastê.
Autoria: Equipe de Comunicação do Templo Sagrado Namastê
Fonte de Inspiração: Texto do Jardim Botânico da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF do site:




